Jornadas formativas híbridas, invertidas e (signific)ativas no ensino superior: aportes para pensar atividades síncronas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244/198271995735

Palavras-chave:

Ensino Superior, Educação a distância, Webconferência, Covid-19.

Resumo

A partir do início de 2020, a pandemia de Covid-19 instituiu importantes demandas e acelerou drásticas e abruptas transformações no contexto educacional. No ensino superior, e particularmente na esfera pública, foram adotadas estratégias formativas emergenciais singulares, em geral, estruturadas em experiências baseadas em princípios de educação a distância (EaD) e ensino híbrido. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um modelo dessa natureza (denominado Ensino Não Presencial Emergencial – ENPE) foi provoca­do e desenvolvido em resposta ao contexto pandêmico. Neste artigo, relata-se, avalia-se e reflete-se acerca da experiência de 2020/2 na disciplina de Política, Organização e Gestão da/na Educação Básica (POGEB), tomada como uma configuração possível para atividades pedagógicas em ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). Por escopo e para aprofundamento, esta analítica restringe-se à dimensão síncrona da oferta, baseada em webconferências, complementarmente à análise já empreendida acerca da dimensão assíncrona em ambiente virtual de aprendizagem. Como resultado, são apresentados aportes para pensar e realizar atividades pedagógicas síncronas coerentes com jornadas formativas na perspectiva de uma aprendizagem ou sala de aula invertida, flexível, híbrida, ativa e significativa. Importante observar que os elementos registrados na experiência corroboram as reflexões teóricas apresentadas, entretanto, apesar dos aspectos positivos identificados, remanescem desafios importantes em relação à adoção de estratégias didáticas de mediação síncrona no ensino superior.

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Biografia do Autor

Achilles Alves de Oliveira, Universidade de Brasília (UnB)

Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Educação, Linguagem e Tecnologias pela UEG. Especialista em Educação e Tecnologias pela UFSCar e em Psicomotricidade pelo IEPSE-DF. Professor de educação básica na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Membro do Grupo Horizonte/UFSCar (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Inovação em Educação, Tecnologias e Linguagens). Tem experiência na área de Educação Física Escolar e Educação e Tecnologias, com interesse em temas como: ensino e aprendizagem na cultura digital, educação a distância, ensino híbrido, mediação pedagógica e TDICs.

Daniel Mill , Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Professor Titular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde trabalha como Docente e Gestor de Educação a Distância (EaD). Doutor em Educação pela UFMG, com pós-doutorado pelas Universidade de Coimbra e Universidade Aberta de Portugal. É membro do Programa de Pós-Graduação em Educação e também já atuou por vários anos no Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade. É Líder do Grupo Horizonte (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Inovação em Educação, Tecnologias e Linguagens) e membro do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e seus dispositivos: sujeitos, saberes, práticas, discursos e políticas. Como pesquisador, tem interesse particular pela interseção das temáticas: Trabalho Docente, Tecnologias, Linguagens, Cognição e Educação a Distância.

Marcello Ferreira, Universidade de Brasília (UnB)

Professor e Vice-diretor no Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em Educação em Ciências pela UFRGS, mestre em Ensino de Física e licenciado em Física pela UnB. Realizou Estágio Pós-Doutoral na UFSCar, na área de Ensino de Ciências e Tecnologias. Líder do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e seus dispositivos: sujeitos, saberes, práticas, discursos e políticas e membro do Grupo Horizonte (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Inovação em Educação, Tecnologias e Linguagens). Pesquisa e orienta nos temas: fundamentos teórico-metodológicos para o ensino de ciências e física; formação de professores de física; estudos foucaultianos; educação a distância; e políticas públicas da educação. Docente permanente no Programa de Pós-graduação em Ensino de Física (PPGEF) da UnB, em Educação em Ciências (PPGECi) da UFRGS e em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) da UFJF. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.. Possui experiência como gestor de políticas educacionais, tendo exercido os cargos de Coordenador de Articulação Acadêmica e Coordenador-Geral de Programas e Cursos em EaD na Capes. Foi também professor, Coordenador de Planejamento, Desenvolvimento e Avaliação, Pró-Reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários da Universidade Federal do Pampa e Pró-Reitor de Pós-graduação junto à Sociedade Brasileira de Física (SBF).

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Publicado

22-12-2023

Como Citar

OLIVEIRA, A. A. de .; MILL , D. .; FERREIRA, M. . Jornadas formativas híbridas, invertidas e (signific)ativas no ensino superior: aportes para pensar atividades síncronas. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 17, p. e5735107, 2023. DOI: 10.14244/198271995735. Disponível em: https://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/5735. Acesso em: 29 abr. 2024.

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