Impacto de um ateliê biográfico do projeto sobre as provas do sujeito que aprende na universidade: contribuição da pesquisa biográfica em educação e teoria da relação com o conhecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6916

Palavras-chave:

Ateliê biográfico de projeto, biografização, relação com o saber

Resumo

Este artigo propõe-se a examinar, a partir de uma pesquisa de campo realizada com estudantes de L3 envolvidos em um ateliê biográfico de projeto, como esta experiência se configura em uma auto narrativa que é objeto de acompanhamento formativo. A análise das narrativas evidencia como os mandatos que acompanham a massificação universitária, definindo novas normas, pesam sobre a experiência dos estudantes, afetam sua construção identitária e atuam na construção de suas trajetórias. O ateliê biográfico de projeto, que se baseia nos marcos teóricos da pesquisa biográfica em educação (Delory-Momberger, 2014) e da relação com o saber (Charlot, 1997), permite estudar como a experiência vivida, inseparável do confronto com testes (Martuccelli, 2010), torna-se um saber a ser construído pelo aprendiz (Melin, 2017). O dispositivo do ateliê biográfico de projeto permite pensar e construir um acompanhamento cuja contribuição para o percurso de formação universitária é inegável. A autorrelato no trabalho biográfico constitui não apenas um analisador das tensões identitárias que os estudantes vivem, mas também um lugar de experimentação da reconfiguração identitária que possibilita transações relacionais e biográficas. A partir do ateliê biográfico de projeto pudemos compreender melhor os percursos de estudantes de graduação que se encontravam em situação de desistência ou em vias de abandono de sua formação universitária.

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Biografia do Autor

Valérie Melin, Université Lille Nord de France

Possui doutorado em Sciences de l´Éducation - Université Paris 13 (Paris-Nord) - Campus de Villetaneuse (2012). Atualmente é maître de conferénce - Université Lille Nord de France. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Ela é professora de ciências educacionais na Universidade de Lille em França, e professora de filosofia. Ela está particularmente interessada na relação entre a prática de campo e a pesquisa no contexto da inovação e experimentação educacionais. Após ter contribuído para a construção da Micro-Liceia Sénart, uma estrutura experimental dedicada ao abandono escolar, e tendo ensinado ali por mais de dez anos, ela se dedicou à pesquisa enquanto continuava a desenvolver uma estreita relação com este estabelecimento, o campo de sua tese. No Micro-Lycée de Sénart, ela liderou uma oficina de filosofia para jovens que haviam abandonado o ensino médio e a formação profissional. Ela acompanha o trabalho de reflexão e pesquisa da equipe, em particular sobre questões pedagógicas através da implementação de pesquisas colaborativas sobre o impacto das chamadas práticas de "abandono", ou seja, a filosofia e as artes plásticas. Ela também tem estado envolvida em pesquisas colaborativas sobre a relação com a leitura de jovens que abandonaram a escola. Ela também foi solicitada pelo Ministério da Educação para fornecer sua experiência sobre os fenômenos de abandono e permanência na escola em termos de reflexão e treinamento. Como membro do CIRBE (Colégio Internacional de Pesquisa Biográfica em Educação), ela foi responsável pelo eixo "Escola e biografia". Ela também está interessada nas ligações entre formas de aprendizagem, auto-configuração e "práticas mediais e auto-mediadas" que renovam a forma de pensar a mediação da relação com o eu, analisando o papel determinante do meio, seu material e suas formas específicas na formação da relação com o eu (self fashioning). Todas estas áreas de exploração lhe permitem refletir sobre as condições teóricas e práticas de uma efetiva refundação da escola, assumindo o desafio de uma inclusão escolar que dê lugar a subjetividades singulares e sua relação singular com o conhecimento, sendo ao mesmo tempo reconhecida como uma instância essencial de humanização e socialização. Ela se preocupa do ponto de vista teórico e prático com os jovens vulneráveis e com os jovens tornados vulneráveis por instituições educacionais potencialmente violentas, no contexto de uma modernidade avançada que gera julgamentos individuais específicos. No contexto de suas atividades de ensino em escolas e universidades, ela desenvolveu práticas pedagógicas inovadoras que solicitam as dimensões biográficas de alunos e estudantes. A implementação destas práticas com jovens que voltam à escola permitiu-lhe refletir sobre a forma como o trabalho de contar a história de si mesmo individualmente e em grupo contribui para a construção de um projeto que reforça o poder de ação. Na universidade, estas práticas promoveram a experiência do estudante em uma estrutura coletiva de conscientização e compartilhamento, mobilizando as dimensões biográficas, que são ao mesmo tempo constitutivas da relação consigo mesmo, com o conhecimento e com o mundo. Além disso, como parte de uma dinâmica de pesquisa européia e internacional, ela explora as questões de alteridade e heterogeneidade através de abordagens interculturais, particularmente no contexto de práticas informais e não formais. Estes pontos de vista com seu potencial comparativo ainda lhe permitem trabalhar na questão da educação para a diversidade e na reconstrução da forma escolar.

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Publicado

15.11.2024

Como Citar

MELIN, Valérie. Impacto de um ateliê biográfico do projeto sobre as provas do sujeito que aprende na universidade: contribuição da pesquisa biográfica em educação e teoria da relação com o conhecimento. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 18, n. 1, p. e6916173, 2024. DOI: 10.14244/reveduc.v18i1.6916. Disponível em: https://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/6916. Acesso em: 8 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Relação com o saber e perspectivas de formação
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