Adentrando as muralhas de uma escola de unidade prisional: por uma educação emancipadora possível
DOI:
https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6141Palavras-chave:
Educação Escolar em Prisões, Identidade Docente, Educação EmancipadoraResumo
Frequentemente, quando se refere ao exercício do magistério em escolas de unidades prisionais, muitas pessoas ainda não conseguem construir uma representação genuína sobre as particularidades desses espaços educativos, a quais procedimentos os professores são submetidos, como as aulas acontecem, onde ficam as salas de aula, se os professores são respeitados pelos alunos, se os professores ficam sozinhos ou acompanhados, uma infinidade de questionamentos que podem contribuir com a construção de uma visão fantasiosa acerca desses espaços educativos. O presente artigo utiliza um estudo teórico-bibliográfico e buscou analisar sob a perspectiva de renomados autores, os relatos de uma visita realizada em uma escola de unidade prisional, sua estrutura e suas particularidades, uma vez que, raramente esses espaços educativos são reconhecidos e divulgados pela mídia, o que favorece a sua marginalização e o desconhecimento dos mesmos pela sociedade e pela própria academia científica. Os relatos apresentados pertencem às impressões dos pesquisadores, registradas em diário de campo, durante uma das visitas realizadas à instituição prisional, ocasião na qual, também obtiveram uma entrevista da diretora da escola. Os resultados sugerem que a vivência profissional docente em espaços de privação e restrição de liberdade se diferencia qualitativamente de outros espaços educativos que não estão sujeitos à estrutura física e aos padrões impostos pelas instituições prisionais.
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