Mulheres privadas de liberdade e suas trajetórias de vida escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244/198271994674

Palavras-chave:

Mulheres privadas de liberdade, Políticas da educação prisional, Formação de mulheres.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo descrever as narrativas de mulheres privadas de liberdade e suas trajetórias de vida escolar, demonstrando como essas vêm (re) significando suas vidas dentro do presídio, e como a escola pode mudar a maneira como percebem seu mundo e as possibilidades que podem vir após suas passagens pelo sistema prisional. O estudo foi realizado no Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim (CPFCI). Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa com viés da pesquisa participante. O desenvolvimento da pesquisa utilizou-se de diferentes instrumentos para a avaliação como o Diário de campo, o relato escrito das participantes durante as aulas, como também foi utilizado como forma de investigação questionários com perguntas abertas e fechadas, possibilitando o direcionamento das perguntas para alcançar o objetivo proposto nesse processo de conhecimento da aprendizagem dessas alunas. Conclui-se que o processo educacional dessas alunas dentro do sistema prisional apresenta características que vão para além dos muros institucionais, demonstrando que houve eficácia das aulas ao revelar, mesmo que de maneira tímida, a participação dessas alunas ao poderem expor seus sentimentos e pensamentos, possibilitando um espaço para um diálogo que oferece a oportunidade de repensar o próprio lugar de ser e estar no mundo, possibilitando que as mesmas possam reconhecer suas potencialidades e trilhar outros caminhos para além da ilegalidade. 

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Biografia do Autor

Fernanda Soares da Silva Bonato, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES)

Graduada em Matemática professora da Rede pública de Educação. Mestre em Educação em Ciências e Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo.

Linccon Fricks Hernandes, Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM)

Psicólogo e Mestre em Políticas Públicas de Desenvolvimento Local pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória.  Atuou como Psicólogo Prisional, nas secretárias municipais de Educação, Trabalho, Desenvolvimento e Assistência Social, professor e coordenador de curso. Atualmente se dedica a psicologia clínica e supervisão. Membro do Grupo de Pesquisa Rizomas, Instituições e Saúde Coletiva na Universidade federal do Espírito Santo.

Leandro Alves Bonato, Centro Universitário São Camilo (CUSC)

Policial Militar, Graduado em Educação Física.

Antonio Henrique Pinto, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES)

Prof. Dr. do Instituto Federal de Educação do Espírito Santo. Docente e pesquisador no campo da História da Educação Matemática e Educação Profissional, com foco na Formação de Professores, no Currículo e na Prática Pedagógicas. Possui doutorado em Educação (FE-Unicamp), Mestrado em Educação (CE-UFES). Graduado em Licenciatura de Matemática.

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Publicado

31-10-2023

Como Citar

BONATO, F. S. da S. .; HERNANDES, L. F. .; BONATO, L. A.; PINTO, A. H. Mulheres privadas de liberdade e suas trajetórias de vida escolar. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 17, p. e4674068, 2023. DOI: 10.14244/198271994674. Disponível em: https://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/4674. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

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