Atuação e formação em Estimulação Precoce: caracterização da percepção dos profissionais em três instituições

Resumo

A diversidade dos programas de Estimulação Precoce (EP) dá a oportunidade de compreender o trabalho realizado, visando a compatibilização dos conceitos, diretrizes e práticas, por meio da caracterização da atuação dos profissionais que atuam nessa área. A análise da percepção dos profissionais sobre a formação recebida pode subsidiar a melhoria dos cursos de graduação e de pós-graduação. Nesta pesquisa, visou-se caracterizar as relações que 13 profissionais estabeleciam entre a sua atuação profissional e a formação recebida durante a graduação. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os referidos profissionais. Nos resultados constatou-se que os entrevistados concebiam a EP como oferecimento de oportunidades para o desenvolvimento da criança; e/ou suporte à família ou prevenção de risco para o desenvolvimento. Os relatos referiram-se à falta de envolvimento familiar; à insuficiência das condições de trabalho e às atividades específicas com a criança como dificuldades enfrentadas no trabalho. Apesar de reconhecerem a oferta da formação em EP durante o ensino superior, parte dos profissionais destacou a insuficiência nesta formação e a falta de preparo para atuar na área. No exercício profissional, a maior parte deles afirmou realizar atividades não contempladas no ensino superior e considerou que a Instituição de Ensino Superior poderia ter proporcionado melhor formação. Os relatos dos profissionais ouvidos neste trabalho indicam que se observa uma defasagem entre a conceituação de Estimulação Precoce, as diretrizes que a regulamentam e o exercício profissional.

Palavras-chave: Educação especial. Estimulação precoce. Atuação profissional. Formação profissional.

Professional performance and education in early stimulation: Characterization of the perceptions of professionals from three institutions

Abstract

According to the official Brazilian guidelines, Early Stimulation (ES) aims to provide development for children with special needs. ES programs include professionals from diverse areas, which may also offer support for children with developmental risks. Due to this diversity, it is important to characterize the work carried out by these professionals to broaden our knowledge and, ultimately, develop concepts, guidelines, and practices that are compatible with ES programs. This study had the objective of characterizing the relations that 13 professionals established between their professional performance and the education they received during their undergraduate courses. Semi structured interviews were carried out with the aforementioned professionals. Results show that the interviewees viewed ES as offering opportunities for child development; and/or support to the family or risk prevention for development. The accounts refer to the lack of family involvement; the insufficiency of work conditions and the specific activities with the children as difficulties faced at work. Although they recognized that ES classes were offered during college, some of the professionals highlighted that education on this subject was insufficient and the lack of preparation to work in the area. While exercising their professional activities, most of the professionals stated that they performed activities that had not been contemplated during college and considered that ES could have been a greater part of their education.  The accounts of the professionals interviewed in this study indicate that there is a discrepancy between the conceptualization of Early Stimulation, the policies that regulate it and professional performance.

Keywords: Special education. Early stimulation. Professional performance. Education.